quarta-feira, 11 de julho de 2012

O REI COMO ESPÉCIE REDENTORA



A declaração de André ao seu irmão Simão Pedro ("Achamos o Messias") foi no mínimo bombástica considerando o contexto histórico, religioso e político daquela época. O messianismo é mais do que uma questão de religiosidade judaica, é um ideal humano, um conceito que está encubado no inconsciente coletivo. Sim, o gênero humano tem em sua própria natureza o sentimento de uma necessidade inerente e latente de Redenção. Simplificando este conceito, o ser humano sente que em algum momento de sua existência como espécie, tudo estava bem e perfeito, mas que algo aconteceu que desestruturou e desestabilizou essa harmonia vital, e a gora, suas almas clamam inconscientemente por essa redenção que, na verdade, só pode ser efetuada por um Redentor.
Este ideal messiânico está arraigado nas culturas sociais, exemplo disso é o messianismo norte-americano revelado na criação de personagens mitológicos que trazem salvação para o povo americano exaltando sua identidade nacionalista: Rambo, Rock Balboa, Superman, Capitão América, além da filmografia moderna que apresenta novos "messias": Neo, o salvador de Matrix e Avatar. Na candidatura do presidente Barack Obama a nação, em especial a grande comunidade afro-americana, depositou nele essa esperança messiânica: o negro eleito presidente quarenta anos depois da morte de outro negro: Martin Luther King Jr, o mártir dos direitos civis dos negros em uma América segregada. No Brasil o ideal messiânico aspira um líder que saia "do meio do povão" e governe para o povo resolvendo todos os problemas do Brasil. Mal sabe a humanidade que sua espécie já foi redimida, e a espécie redentora foi singular, única; e sua obra redentora foi definitiva. O Rei dos reis (Deus Filho) assumiu a forma humana para satisfazer a perfeita justiça divina.

O PRIMEIRO REI SUBMETEU A CRIAÇÃO AO CAOS

A indagação que não cala no coração da humanidade, é o porquê de tanta destruição, dor, enfermidade, morte, sofrimento, guerras, poluição... Ignorantemente o homem tende a atribuir a Deus toda esta condição caótica, mas é na rebelião do homem contra Deus que se encontra a resposta, pois o homem entregou “o documento” de propriedade ao príncipe usurpador, o Diabo, sujeitando a criação ao caos. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou.” (Romanos 8:20). O primeiro rei, Adão, colocou toda a terra, a criação original, à mercê de Satanás, que desde então tem legalidade para fazer sua obra, matar, roubar e destruir (João 10:10a). O plano original do Reino de Deus na Terra não incluía o Pecado e suas consequências: morte, doenças, injustiça, depressão e condenação. Deus criou o homem para reinasse continuamente sobre a Terra. E a Terra por sua vez, não sofreria alterações em seu meio ambiente e equilíbrio do ecossistema, e na natureza dos animais. A partir do Pecado Original, o solo recebeu a maldição (Gênesis 3:17), assim como o céu atmosférico, os mares, os seres vivos, a natureza humana, tudo foi contaminado e iniciou sua deterioração total. Eis a origem de todos os males globais que sociólogos, ecologistas, filósofos, psicólogos, antropólogos e outros ramos da ciência não puderam encontrar. O problema deve ser sanado na fonte.

O PRIMEIRO REI SUBMETEU A TERRA AO PRÍNCIPE USURPADOR

Utilizando o corpo da serpente, o anjo caído, Satanás seduziu e enganou a primeira mulher, Eva, com sua sagacidade e astúcia (Gênesis 3:1-7; II Coríntios 11:3), assim, como já dissemos, ele assumiu o governo de toda a Criação, a Terra e os homens. Porém, o Diabo sabia desde o início, que seu império satânico seria desfeito pela manifestação da semente da mulher. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3:15). Enquanto a poderosa Semente de Deus não se manifestava, Satanás reinava absoluto, oprimindo, escravizando, matando, e estendendo seu projeto nefasto de morte, roubo e destruição por toda a Terra. Ele é o príncipe das potestades do ar e tem autoridade sobre todos os que são desobedientes ao Evangelho (Efésios 2:2; 5:6). Antes da obra do Calvário ele tinha livre curso sobre a Terra que lhe pertencia (João 14:30). Tendo ostentado a posição de pseudo-divindade sobre a Terra, o Diabo tem, juntamente com seus suas hostes demoníacas, empreendido esforços para impedir qualquer tipo de esclarecimento ou iluminação espiritual por parte do gênero humano, luz esta que somente pode vir através do Evangelho da glória de Cristo, que é o Evangelho do Reino. “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4:3-4). Até a Redenção a Criação estava sob a autoridade usurpada de Satanás, o príncipe regente da humanidade até então.

O SEGUNDO REI INICIOU A RESTAURAÇÃO TOTAL

Por causa da decadência do primeiro rei, a Criação ficou completamente sujeita às obras de um novo príncipe, o Diabo. E suas obras tinham livre curso, por causa da realidade do Pecado no homem; até a chegada do segundo e último Rei, Jesus Cristo, pois, “Quem comete o pecado [vive no pecado] é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (I João 3:8). O Pecado e suas consequências foram removidos pela Obra restauradora do Rei Jesus, pois Ele é “...o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29; Apocalipse 5:12). “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19). Toda a Criação ficou sob maldição por sua separação do Criador, mas em Cristo todas as coisas são reconciliadas com Deus. “porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.” (Colossenses 1:20). Todas as coisas inclui o ser humano em sua composição plena: espírito, alma e corpo; inclui também o ecossistema, o solo, os animais, o céu atmosférico, em fim, todas as coisas foram reconciliadas, restauradas. Assim, basta que nos apoderemos das bençãos da Redenção, que já nos foram doadas (Efésios 1:3). Jesus começou a restauração total, e nós, como Igreja “que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Efésios 1:23), concluiremos esta restauração antes da gloriosa vinda do Rei dos reis (Atos 3:19-21).

O SEGUNDO REI DERROTOU E DESPOJOU O PRÍNCIPE USURPADOR

O último Rei, Jesus Cristo veio para desfazer as obras do príncipe das trevas (I João 3:8). Quando veio a voz de Deus a Jesus dizendo: “Já o tenho glorificado e outra vez o glorificarei.” (João 12:28), então, o Rei declarou previamente a derrocada do falso príncipe dizendo: “...Não veio esta voz por amor de mim, mas por amor de vós. Agora, é o juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo.” (João 12:30-31). A obra expiatória do calvário foi a derrota definitiva do Diabo. Na verdade, o Diabo lutou durante os anos de vida terrena de Jesus, para que Ele não fosse à cruz, pois o Diabo ouviu João Batista proclamar Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29), assim, ele sabia que a morte vicária de Jesus Cristo anularia a realidade do Pecado no gênero humano. Satanás e suas hostes foram derrotados na cruz. O Diabo tinha a cédula que era contra nós, mas Jesus Cristo a riscou, a tirou do meio de nós e a cravou na cruz; Jesus despojou os falsos príncipes, os expôs para toda a Criação e deles triunfou de uma vez por todas. “havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.” (Colossenses 2:14-15). O único poder que Satanás ainda consegue exercer sobre o homem, é através do engano. Ele foi destronado, ele foi envergonhado, ele foi destituído de sua autoridade. Agora, em Cristo, toda a autoridade é transferida para aquela que está assentada em lugar de autoridade e governo, a Igreja. “e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar em lugares celestiais, em Cristo Jesus.” (Efésios 2:6).

Conclusão

A Redenção é a mensagem central do Evangelho do Reino. O primeiro rei, Adão entregou a autoridade sobre a Criação para o príncipe usurpador, Satanás. O último Adão, o Rei Jesus Cristo, efetuou a obra redentora na cruz do Calvário, consumando a restauração de toda a Criação. Assim, feitos à imagem do Rei Jesus, e tendo recebido Sua autoridade, temos posição real no plano redentor desde então. Em Cristo, fomos reinseridos na real, a família de Deus.

sábado, 7 de julho de 2012

AS DUAS ESPÉCIES DE REIS

 
É importante considerar que no que tange ao gênero humano, Deus gerou apenas dois homens em todas as gerações, ou, duas espécies, cada um deles chamados “Adão”. Na verdade, tanto um quanto o outro receberam uma incumbência real, ou seja, a responsabilidade de governo ou principado. Cada uma dessas espécies deu origem a gerações de homens à sua imagem. O primeiro Adão foi feito alma vivente (Gênesis 2:7), e embora ele possuísse atribuições intelectuais, morais, físicas e espirituais absolutamente puras, ele era incapaz de esta perfeição da criação original à sua descendência, o que ficou provado por sua Queda; Adão, como alma vivente apenas vivia, mas não podia transmitir vida. Já o último Adão, Jesus Cristo, foi enviado no mesmo nível de perfeição, porém dotado do poder de vivificar o estado de Morte contraído por Adão. “Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante.” (I Coríntios 15:45) Note, esta era a composição do ser em Adão: Uma alma corruptível dentro de um corpo incorruptível. Já a composição do Ser em Cristo era: Um Espírito incorruptível dentro de um corpo corruptível. Porém, somente Jesus Cristo ressuscitou, assim, Ele continuou sendo Espírito incorruptível, e agora, com um corpo incorruptível; e Jesus foi o primeiro a passar por essa gloriosa metamorfose, e assim, ele transmitiu a toda espécie segundo a sua imagem que desfrutem desta glória na eternidade futura. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.” (I Coríntios 15:22-23). Hoje, em Cristo, nosso ser consiste em: um espírito incorruptível, que possui uma alma eterna, e habita dentro de um corpo temporariamente corruptível.
   
UM REI QUE DESEJOU SE IGUALAR AO REI DOS REIS

Deus impôs ao seu primeiro rei representante, Adão, um limite de obediência através da árvore chamada “do conhecimento do bem e do mal” sob pena de morte; O Inimigo de Deus e dos homens seduziu o primeiro casal a crer no contrário: “...Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:4-5). A sedução não foi de conhecer bem e mal, e sim, de ser igual a Deus. O que os reis Adão e Eva não entenderam, é que eles já eram iguais a Deus (Gênesis 1:26-27). Adão possuía a natureza de Deus no que tange à imagem e a semelhança, espiritual e moralmente, porém, fora privado de conhecer a Lei Moral, ou seja, o conhecimento e a opção entre certo e errado, bem e mal. E desde o início, o plano do Diabo é relativizar o conceito de bem e mal, mas na concepção divina estes conceitos são sempre absolutos (Isaías 5:20). O rei Adão perdeu a sua glória, pois desejou uma glória sublime e única, a de Deus, como estrelas ostentando a glória do Sol (I Coríntios 15:41).

UM REI QUE PROCLAMOU SUA INDEPENDÊNCIA

Como já dissemos o primeiro rei enviado por Deus, desejou sua independência e deu início a “República do Governo Humano”. O gênero humano passou a viver e andar sob a égide de seus próprios sentidos corrompidos pela ação degenerativa do Pecado. Adão transmitiu ao Diabo a procuração de autoridade, principado e pseudo-divindade sobre a Terra e a raça humana (II Coríntios 4:4; Efésios 2:2; João 14:30; 16:11). O homem não foi criado para ser independente de Deus e de sua Graça. Há um vazio intrínseco na natureza humana afastada de seu Criador, e o homem, por sua vez busca inconscientemente preencher este vazio com auto satisfação de seus desejos e sentidos, mas “...tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (I João 2:16-17). Não existe de fato independência humana, pois, os falsos mestres que prometem essa falsa liberdade, “...falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” (II Pedro 2:18-19). Jesus, o Rei dos reis, declarou a suprema verdade: “...sem mim nada podereis fazer.” (João 15:5b). O velho Adão que habita o homem não regenerado sente-se independente e por isso perece; o novo homem, habitado por Cristo, é dependente Dele, e por isso, reina em vida (Romanos 5:17).

UM REI IGUAL AO REI DOS REIS

O primeiro rei foi dotado da imagem e semelhança de Deus, mas não essencialmente de sua natureza divina, pois como já estudamos, ele era apenas alma vivente. Diferentemente de Adão, o Último Rei, Jesus Cristo, foi uma corporificação do Criador, ou seja, Deus feito homem. Jesus nunca foi criado, Ele é o Filho de Deus que nos foi dado como dádiva redentora (Isaías 9:6); Jesus foi gerado superior aos anjos e na concepção e natureza divina (Hebreus 1:5), e introduzido no mundo como digno de adoração até mesmo dos anjos (Hebreus 1:6). E a Escritura ratifica a divindade e a realeza de Jesus Cristo em Hebreus 1:8: “Mas, do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.”. Ao ser indagado por Filipe sobre a imagem visível de Deus Pai, o Rei Jesus declara: “...Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai...” (João 14:6). Jesus é a Palavra, o Verbo eterno e divino que coexiste com o Pai (Deus Todo Poderoso) e que encarnou. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Tudo o que diz respeito a Deus, seus atributos, seu caráter, sua obra está em Cristo. A plenitude de Deus está revelada em Jesus Cristo. “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” (Colossenses 2:9). Jesus Cristo, o Rei semelhante ao Rei dos reis.

UM REI QUE REESTABELECEU O GOVERNO DO CÉU

Jesus jamais intentou trazer uma nova religião a Terra. Ele jamais planejou estabelecer o que concordantemente, conhecemos e denominamos cristianismo. O conceito de cristianismo hoje consiste em mais um ideal religioso que compete com outras religiões antigas como hinduísmo, budismo, e islamismo. Os fundadores dessas religiões eram considerados seus “profetas”, assim, empreenderam seus esforços na disseminação de meras doutrinas. Jesus, embora dotado de credenciais proféticas, era mais que um profeta. Sua missão era mais “política” do que religiosa, pois não se lê em parte alguma das Escrituras que veio trazendo em seus ombros um grande pergaminho de novos dogmas religiosos, nem tão pouco, uma nova divindade. A Bíblia diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros...” (Isaías 9:6a). Jesus inicia o seu ministério proclamando: “...Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.” (Mateus 4:17), e narrativa dos mesmo Evangelho declara o tríplice ministério de Jesus: “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mateus 4:23). Seu poder sobre o império das trevas revelou a manifestação prévia do reino de Deus entre os homens (Mateus 12:28). O Reino de Deus foi trazido por ocasião da primeira vinda de Cristo, de forma espiritual, mas culminará com sua manifestação literal e visível nos últimos dias, antes do governo definitivo do Senhor sobre a Terra (Atos 3:19-21). Até o momento da estada humana de Jesus entre nós, este Reino veio invisivelmente (Lucas 17:20-21). Indagado por Pilatos acerca de sua realeza, Jesus disse: “...o meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus, mas, agora, meu Reino não é daqui.” (João 18:36). Note o termo sublinhado e em negrito, “agora”. Com esta terminologia referente a tempo, Jesus está dizendo: “por enquanto meu Reino não é daqui”. Jesus em breve estabelecerá seu governo literal com sede em Jerusalém, e reinará sobre toda a Terra (Miquéias 4:1-4). O governo do céu renegado no Éden foi restaurado no Gólgota. Aleluia!

Conclusão

Nós, nascidos de novo e regenerados pela Obra do Espírito, somos parte da nova “linha de produção da segunda espécie”. Somos a geração do Último Adão. Somos reis com a natureza do Rei dos reis (II Pedro 1:3-4). Neste tempo derradeiro da Igreja, há uma manifestação poderosa do Espírito de sabedoria e revelação, que nos fará vislumbrar a glória de nossa posição em Cristo Jesus (Efésios 1:17-23). O primeiro rei está morto em nós, mas o último Rei nos habita (Gálatas 2:19-20).


Obs.: Este e outros textos sobre o Reino de Deus de autoria do Pastor Enéas Ribeiro, são parte integrante da série de ensinos da EDR (Escola de Discipulado do Reino). A EDR é uma Escola Bíblica gratuita e de profundidade bíblica e teológica, que visa equipar os santos na visão da Reforma Apostólica do Reino de Deus, formando genuínos avivalistas e embaixadores do Reino. Participe. Todos os Domingos às 9:00hs na COGIC – Missão da Fé Apostólica, na Rua Dr. Galvão Guimarães, 126 – Jardim Santa Adélia, São Mateus, SP (em frente ao Terminal de Troleibus de São Mateus, ao lado do Hospital Maternidade MASTER CLIN).

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O PROPÓSITO ORIGINAL DO REINO DE DEUS



Por séculos o supremo propósito de Deus tem sido subjugado pelos empreendimentos alternativos da Igreja. A Igreja, destituída da plenitude do ministério profético se privou de uma visão ampla da revelação redentora de Jesus Cristo. Este eterno e grandioso propósito divino é a vinda de seu Reino à Terra, em sua totalidade e glória visível. A institucionalização da Igreja a ostentou acima deste imensurável propósito, assim, a Igreja assumiu proporções maiores do que o próprio Reino de Deus na mentalidade e no ideal da cristandade. Mas agora, a revelação deste supremo propósito está sendo gloriosamente dada à sua Igreja em todas as partes do globo. Em todos os ambientes encontramos cristãos do Reino compartilhando esta revelação em todos os níveis da sociedade; ainda não ocorrem grandes cruzadas e conferências de pregação do Evangelho do Reino, mas há uma difusão discreta, porém, crescente desta mensagem, que nada mais é do que a renovação da mensagem dos primeiros discípulos, e do próprio JESUS. É literalmente o cumprimento das parábolas do Reino: “E dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu. E disse outra vez: A que compararei o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou.”. Entendamos este eterno propósito divino.

A TERRA COMO EXTENSÃO DO CÉU
É na Criação original que Deus revela o supremo propósito de seu Reino. Este propósito sempre foi que a Terra criada fosse uma extensão do Céu, ou seja, Deus criou a Terra e colocou o homem aqui para trazer o governo do céu para a Terra. Este propósito não foi alterado, na Terra será estabelecido o Reino de Deus e sua vontade. “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mt 6:10). O governo do céu já está sendo restaurado na terra em nossos dias, e o homem nascido de novo e recriado à imagem do Filho de Deus, Jesus Cristo, está reassumindo sua autoridade e domínio perdidos no Éden. Este estado de restauração da obra e da criação divina culminará com a Vinda em glória do Rei dos reis, o Senhor Jesus (At 3:19-21). A Terra será totalmente restaurada a uma condição de paz, igualdade e fraternidade, sob o governo piedoso e o cetro de equidade do Senhor.

A TERRA COMO COLONIA REAL DO CÉU
Um príncipe não pode se tornar rei no território de seu pai (o rei) antes de sua morte. Por exemplo: O Príncipe Charles não poderá reinar sobre a Inglaterra enquanto a Rainha Elizabeth não morrer. A única forma política de um príncipe tornar-se rei é quando o rei lhe concede um território fora do reino para governar. Por exemplo: o Príncipe Dom Pedro não podia ser rei em Portugal, pois seu pai Rei Dom João estava vivo, então, Dom concedeu ao filho uma terra conquistada para reinar, o Brasil, assim, o Brasil era uma colônia de Portugal governada por príncipe regente que reinava sobre todo o território brasileiro. Muito embora Deus seja de fato o Rei de toda a Terra, Ele nos presenteou com ela, como expressa o Salmo 115:16 diz: “Os céus são céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. Perceba: Deus nunca morrerá, e os homens jamais poderão reinar nos céus, então, Deus estabeleceu o gênero humano na Terra para serem senhores e reinar sobre ela (Gênesis 1:26-30; 2:7-9), por isso Deus é chamado O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16). Assim como o Reino de Deus se tornou realidade entre nós por ocasião da manifestação do Rei Jesus, nós, como Igreja, tivemos nosso governo restaurado desde então. Nós reinamos e reinaremos (Romanos 5:17; Apocalipse 5:10)

O HOMEM COMO PROMOTOR DA VONTADE DE DEUS
Não nos enganemos, porém, pois assim como Dom Pedro era representante dos interesses do reino de Portugal na Colônia brasileira, o homem deve ser representante dos interesses do Reino dos Céus na Terra. E foi aí que começou o problema: assim como Dom Pedro, às margens do Rio Ipiranga “proclamou a independência” de Portugal, Adão, às margens dos rios Pisom, Gion, Hidéquel e Eufrates proclamou a independência do Reino dos Céus com o grito silencioso diante do fruto proibido (Gênesis 3:1-7). O homem foi criado para ser a expressão personificada da vontade de Deus aqui na Terra, o supremo promotor dessa soberana vontade, assim, o afastamento do homem, de seu Criador, Deus, é uma rebelião de proporções cósmicas. A oração ensinada pelo Senhor roga: “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mateus 6:10). O processo pelo qual o homem caído deve passar para voltar a compreender a vontade de Deus, é a renovação da mente, e o prefixo ‘re’ desta palavra renovação fala de tornar à origem, começar do princípio. Que princípio? O estado edênico, ou seja, a condição do homem criado no Éden antes de sua pavorosa Queda. Mas este processo de renovação somente pode ter início na mente daqueles que não se amoldam aos padrões deste atual sistema mundial que é contra tudo o que diz respeito ao Reino de Deus. “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2).

O HOMEM COMO REI DA COLONIA REAL
Por muitos anos os teólogos ultra-ortodoxos refutaram com veemência e até certa intemperança os professores do movimento chamado Palavra da Fé, e é bem verdade que seus ensinos possuem alguns extremos (mas quem de nós não possui extremos teológicos), porém, aquilo que soou em alguns “ouvidos apologéticos” como triunfalismo e ganhou o nome de “teologia da prosperidade”, renovou a compreensão da cristandade em aspectos cruciais da vida. Acreditamos na realidade de uma teologia do contentamento, mas não podemos mais viver aprisionados a uma “teologia da miséria”. Precisamos sempre reconhecer nosso estado antes de sermos aceitos na família real de Deus, mas precisamos também, agora como filhos, reconhecer nosso estado restaurado e renovado. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” A palavra domine do grego ‘radah’, significa “reine”; “governe”; “seja soberano”. Este estado de governo do primeiro Adão antes da Queda foi restaurado pelo último Adão na Redenção (I Coríntios 15:45; Romanos 5:12-16), e é nele, em Jesus Cristo, que nossa condição de autoridade foi restaurada, agora, em vida reinaremos por Ele; mas estas verdades devem nascer em nosso espírito recriado, e não apenas em nossa mente. “Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.” (Romanos 5:17). Somos reis sim.